
Mas o tempo que pra ti corre lento; pra mim,voa.
E voa numa velocidade que minhas velhas asas não mais acompanham, mas não posso parar.
Tenho que tentar correr junto, pois a hora do crepúsculo já se anuncia, e não demora a noite me encobre com sua escuridão e não mais verei-te, nem sentirei o teu pulsar.
Detive-me ainda no tempo, à tua espera, mas viestes tarde, tão tarde que os meus olhos embaçados pela nevoa dos anos já mal distinguem a cor dos teus olhos.
Até estendi-te os meus braços, mas vinhas a passos lentos, brincando com as flores e as borboletas que te sorriam pela estrada e nem reparastes que os longos anos de espera, embranqueceram os meus cabelos.
E num último apelo, ainda chamo-te, mas o tempo gastou-me as cordas vocais e já mal me ouço a própria voz a dizer-te dessa minha espera, desde a primavera.
Perdão amor, mas tenho que seguir sem ti.
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