quinta-feira, 24 de junho de 2010

JÁ NÃO SEI




Já não sei, não conto anos, foram tantos desenganos que os deixei de contar, já nem sequer conto os dias, frutos de noites tardias feitas de espera e sonhar.

Já não conto mais as horas desde que fiz-me senhor do meu tempo pequenino castrei meus sonhos, tão tenros de mocidade por uma felicidade que nunca vi na viagem que fiz aqui de passagem.

Nessa vida retirante conto de hoje em diante os sorrisos das pessoas tardes vividas à toa flores de muitos jardins rosas, geranios, jasmins, beijos, afagos, lembranças
de doces tempos de infância.

Conto sim, a nossa história trechos rasos de memórias marcas fincadas no rosto o pó de muito desgosto, cheiros de sal e de terra tantas batalhas e guerras.

Tantas que nunca venci, muitas nas quais eu morri.

E contarei, com certeza da vida, toda a beleza lugares por onde andei, mas dias, anos e meses feitos de tantos descanso.

Eu não mais os contarei.

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